Segundo o grande psicólogo Carl Jung, representamos o ser humano como um iceberg. O que está à superfície é apenas cerca de 5% do todo. Digamos que 95% pertence ao inconsciente e não está ao alcance directo dos sentidos.
Porém, poder-se-á aumentar a nossa percepção, calculando muito mais do que os 5% visíveis. Um líder, um terapeuta ou um coach apura o sentido de observação para calcular o que não está ao alcance dos sentidos. Vejamos exemplos de como, com apenas uma observação apurada, se consegue aceder a informação para além do que é mostrado pela realidade sensitiva.
O que é visível revela uma parte do que o iceberg é abaixo da linha de água. Exemplo de uma empresa:
1) a arrumação do mobiliário;
2) O estado do mesmo;
3) A forma como as pessoas interagem;
4) O estado das instalações;
5) A forma como os colaboradores circulam;
6) Como comunicam com a chefia;
7) A própria energia que sentimos e interpretamos.
Usar corpo e sentidos como ferramenta é o primeiro passo. «Listening with the third ear» é umas das frases aplicadas na gestão, que reforça o quão essencial é atender à nossa intuição, às informações que os nossos sentidos captam. À medida que reflecte, formule perguntas:
- Será uma empresa plena no seu potencial?
- Será um ambiente amigável?
- As instalações estão cuidadas? Limpas? Arrumadas? Organizadas?
- As pessoas movimentam-se com fluidez / alegria / satisfação?
- Como é que a chefia comunica com os colaboradores? Está isolada? Intregra-se com a equipa?
- O mobiliário é moderno? Funcional? Está estimado?
- Como está arrumado? Há barreiras, obstáculos?
- Como está disposta a secretária do director em relação à janela? Está de frente ou de costas? O que sente?
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O coaching e a programação neurolinguística trabalham as qualidades de observação, para que o indivíduo obtenha mais informação, a partir da disponível sensorialmente.
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Exemplo agora de uma pessoa:
1) A forma como interage (entusiasta, enérgica, apática;
2) Que postura tem e como se movimenta (rápida, lenta, vívida);
3) Como fala (rápida ou lenta);
4) De que fala (de si, dos outros, do futuro, do passado ou do presente);
5) Aborda assuntos positivos ou negativos;
6) Que palavras usa (devo, tenho de, quero, vou);
7) A própria energia que você, observador, sente e interpreta.
- Será uma pessoa em evolução?
- Será amigável e aberta a novos desafios?
- É alguém que se cuida e trata de si e do seu aspecto?
- Gosta de comunicar, toma iniciativa ou espera que lhe dêem a palavra?
- Ofende-se com facilidade, defende-se ou está descontraída?
O comportamento não é a pessoa, mas mostra mais do que o que vemos apenas. Confie nos sinais emitidos e nos sinais internos que sente ao observar, ouvir e sentir esta pessoa.